Análise do perfil de segurança das vacinas contra a covid-19 utilizadas na Região Autónoma dos Açores

A análise dos documentos científicos oficiais europeus (EPAR – European public assessment reports) das vacinas contra a Covid-19 utilizadas nos Açores (Comirnaty da Pfizer-BioNTech, Vaxzevria da AstraZeneca e a Janssen da Johnson & Johnson) revelam, em geral, que as reações adversas mais comuns são as dores no local de injeção, cefaleias (dores de cabeça), fadiga (cansaço), mialgia (dores musculares), pirexia (febre ou febrícula), sensação de arrepios e artralgia (dores articulares). A vacina da AstraZeneca poderá apresentar maior frequência de náuseas e sensação de mal estar geral em comparação com a vacina Comirnaty. Os casos mediáticos de trombose associados à vacina Vaxzevria e Janssen são apenas considerados como eventos muito raros. Relativamente à vacina da Janssen, a última a ser introduzida nos Açores, verifica-se que a mesma é a única que possui efeitos adversos ao nível do sistema respiratório (tosse, espirros e dor orofaríngea). No entanto apresenta efeitos adversos gerais menos frequentes, nomeadamente pirexia e sensação de arrepios e também não revela efeitos gastrointestinais presentes nas outras duas vacinas, como são o caso dos vómitos e diarreias. De referir também que no dia 22 de julho de 2021 foi adicionada uma nova reação adversa muito rara à vacina da Janssen, nomeadamente o Síndrome de Guillain-Barré, que consiste numa neuropatia inflamatória aguda, caracterizada por fraqueza muscular e perda sensorial distal. Na imagem abaixo poderão verificar, em pormenor, a comparação dos perfis das reações adversas das três vacinas em questão. A maioria das reações adversas destas três vacinas foram de gravidade ligeira a moderada e geralmente resolvidas dentro de alguns dias após a vacinação.

Tiago Costa,

Delegado de Farmacovigilância e Farmacêutico da USISM