Mês do Coração

Dia Mundial da Hipertensão Arterial

No mês do coração, a 17 de maio assinalou-se o dia da Mundial da Hipertensão. Data instituída e apoiada internacionalmente pela World Hypertension League (WHL) para divulgar a importância da prevenção, deteção e tratamento da hipertensão arterial. Em Portugal, a Sociedade Portuguesa de Hipertensão, reforça a relevância da sua comemoração junto de organizações e instituições de saúde. ([1])

A Hipertensão Arterial afeta cerca de 36% da população adulta em Portugal e tem uma relação direta com a incidência de diversas doenças e situações clínicas, como o Acidente Vascular cerebral (AVC) que é, no nosso país, uma das principais causas de morte e incapacidade. (2)

Quais os fatores de risco para desenvolver Hipertensão Arterial?

Os principais fatores de risco para a Hipertensão são: a alimentação incorreta, com destaque para o consumo excessivo de sal que, em Portugal, quase excede o dobro do recomendado pela Organização Mundial da Saúde ([2]). Outros fatores de risco são: obesidade, sedentarismo, consumo excessivo de açúcar, álcool e tabaco, diabetes, colesterol elevado, apneia do sono, doença renal, doença endocrinológica ou toma de medicamentos. ([3])

Qualquer pessoa pode apresentar Hipertensão Arterial?

Sim, a Hipertensão Arterial pode verificar-se em qualquer pessoa que apresente fatores de risco para a sua prevalência, o que pode acontecer a indivíduos de qualquer género, raça ou idade, incluindo crianças. Efetivamente, o número de casos de hipertensão arterial em crianças e adolescentes entre os 4 e os 18 anos varia de 2,2% a 13%, em Portugal, verificando-se que este número está a aumentar com a epidemia da obesidade. (3)

Como se diagnostica a Hipertensão Arterial em crianças?

A pressão arterial deve ser avaliada, em crianças sem presença de fatores de risco conhecidos, a partir dos 3 anos de idade. A análise da Pressão Arterial das crianças carece da interpretação do Percentil de valores definidos para a respetiva idade pediátrica. Define-se Hipertensão Arterial quando a Pressão Arterial sistólica e/ou diastólica se encontra acima do percentil (P) 95 para a idade da criança. A interpretação destes parâmetros é realizada pelos profissionais de saúde, aquando das consultas da criança e o valor de pressão arterial avaliado pode classificar-se em quatro níveis, crescendo, em ordem de gravidade: Normal, Pré-Hipertensão Arterial, Hipertensão Arterial Estádio I e Hipertensão Arterial Estádio II ([4]).

Uma vez medida a pressão arterial, se a mesma é classificada como normal, deve ser reavaliada a cada 2 anos. Em caso de alterações identificadas, a periodicidade de vigilância será indicada pelo profissional de saúde (3).

Porquê avaliar regularmente a Pressão Arterial?

A medição da Pressão Arterial representa um meio de avaliação de risco cardiovascular o que, por consequência pode ajudar a prevenir potencial risco em saúde ([5]). Quando a Hipertensão não tem uma causa direta identificável, ela pode ser classificada como secundária. Estes casos são mais frequentes na criança pré-adolescente e a principal justificação para a situação são alterações renais. Nestas situações, e por haver uma causa tratável, é muito importante o diagnóstico oportuno e o tratamento atempado. ([6])


([1]) Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde. Dia Mundial da Hipertensão. Disponível em: https://splsportugal.com/events/dia-mundial-da-hipertensao/, acedido a 21/05/2025.

([2]) Serviço Nacional de Saúde. Hipertensão Arterial. Disponível em: https://www.sns.gov.pt/noticias/2018/05/08/hipertensao-arterial/, acedido a 21/05/2025

([3]) Serviço Nacional de Saúde.  Doenças do Coração: Hipertensão Arterial.  Disponível em: https://www.sns24.gov.pt/pt/tema/doencas/doencas-do-coracao/hipertensao-arterial, acedido a 21/05/2025.

([4]) Direção-Geral da Saúde. Norma n.º 010/2013. Programa Nacional de saúde Infantil e Juvenil. Lisboa: DGS; 2013

([5]) Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) maio, mês do Coração. Disponível em https://spc.pt/, acedido a 21/05/2025.

([6]) Rocha, D., Faria, M. J., & Regadas, R. (2023). HTA EM IDADE PEDIÁTRICA–O PAPEL DO MÉDICO DE FAMÍLIA AO DAR VOZ A UMA DOENÇA SILENCIOSA. Revista Portuguesa de Hipertensão e Risco Cardiovascular, (93), 38-42.