Excessos Alimentares Em Épocas Festivas

Ao longo do ano, várias são as épocas festivas em que se come em excesso. E não são apenas os doces típicos de certos períodos, como malassadas no Carnaval ou massa sovada na Páscoa. Nas entradas, nos pratos principais e ainda nas bebidas, há igualmente um exagero. O correto não é proibir, mas sim moderar! Afinal, se não comer aquelas amêndoas de que tanto gosta no dia de Páscoa, quando é que o fará?

Por exemplo, comer um pouco a mais no dia de Páscoa não é propriamente motivo de preocupação, pois é um comportamento esporádico e até de grande importância cultural e social. O problema consiste no prolongar desse abuso. As amêndoas, os chocolates e os bolos partilhados em família e entre amigos durante as semanas que se seguem e até às festas do Senhor Santo Cristo é que criam um longo período de excessos. Noutras épocas festivas, como os aniversários, apesar de não tão vincados, estes comportamentos também são extremamente comuns.

Sendo assim, o importante é aprender a lidar com os excessos nas festividades. O primeiro passo é reduzir a quantidade de alimentos comprados, devendo para tal planear com antecedência quais os produtos necessários. Tendo em casa muita matéria-prima para confecionar bolos aumenta a probabilidade de o fazer!

Para reduzir o consumo ao almoço, deve tomar o pequeno almoço durante a primeira hora após acordar. Outro truque simples é utilizar pratos mais pequenos.

A tradicional carne servida no dia de Páscoa deve ser acompanhada por elementos saudáveis como o arroz, os legumes variados e as leguminosas. Sendo que, se devem preferir as carnes brancas (peru e outras aves) e remover a pele e gorduras visíveis. Não esquecendo de ter em conta o sal, que deve ser reduzido ou mesmo trocado por especiarias.

Deve privilegiar os cozidos e os assados. A nível da confeção, se tiver de fritar escolha o azeite ou o óleo de amendoim que são opções mais saudáveis. O uso de papel de cozinha para absorver a gordura em excesso é igualmente aconselhável. Também substituir a fritadeira pelo forno pode ser uma opção, em rissóis ou rabanadas. Não se esqueça que sempre pode servir o tão tradicional bacalhau ou peixe fresco, pescado localmente.

Para entradas, pode substituir os patés ou aperitivos salgados por uma sopa ou salada. Os lacticínios gordos ou meio gordos podem ser trocados por magros, bem como as natas por iogurtes naturais. Já o açúcar, deve ser reduzido para metade ou um terço. Preferencialmente, escolha frutas para sobremesa, aliás deve ingerir três a cinco peças/porções por dia! Se optar por bolo, pudim ou tarte, cuidado com as repetições, lembre-se que a segunda fatia não sabe melhor que a primeira! Para as bebidas, a água deve ser o líquido principal. Cuidado com os excessos de bebidas alcoólicas e refrigerantes!

Em relação às sobras, distribua pela família ou congele para outros momentos. Cuidado com os petiscos entre refeições! Evite deixar comida a decorar a mesa, facilmente acessíveis aos olhos e à boca.

E não se esqueça do exercício físico, aproveite a companhia da família para passear, isto claro, adequadamente agasalhado/a!

João Rosa (Médico Interno do Ano Comum) – Unidade de Saúde Pública da USISM

Bibliografia: http://www.mdb.pt/sites/default/files/mb_3556_15.pdf; https://rotasaude.lusiadas.pt/evite-os-excessos-alimentares-na-pascoa/; http://www.espacoameliareis.com.br/publicacoes/comer-e-viver-bem/44-alimentacao-natal; https://diariodeumadietista.com/o-que-fazer-a-seguir-aos-excessos/

Parasitoses Cutâneas – Escabiose

A Escabiose, vulgarmente conhecida por “sarna”, é considerada uma parasitose cutânea: é uma doença da pele provocada pela deposição de um parasita – um ácaro, no tecido subcutâneo. É caracterizada por sinais e sintomas como: erupção cutânea e prurido intenso (comichão) que se pode agravar nos períodos noturnos. É uma doença transmissível através de contactos diretos e frequentes entre as pessoas que são portadoras do ácaro, especialmente se partilham roupa íntima, lençóis ou toalhas de banho, sem os devidos cuidados de higiene. É uma doença de tratamento fácil e que, se realizado da forma indicada, deverá regredir e desaparecer no prazo de 15 dias.

Entre os cuidados preventivos, releva-se a importância da higienização dos espaços, do vestuário e de uma higiene corporal adequada, nomeadamente pela correta e oportuna lavagem das mãos, especialmente nas crianças.

Ao manifestar sinais e sintomas compatíveis com o quadro clínico da doença deverá consultar o seu médico para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento. Nessa altura, deve evitar permanecer em espaços públicos, e ter em conta de que o tratamento deve ser feito, em simultâneo, a todos os membros da família e pessoas que convivam com o doente, mesmo que não tenham sintomas.

O tratamento, para além da aplicação tópica de uma loção, inclui medidas de higiene rigorosas quanto ao vestuário, roupa de cama e higiene da casa, durante o período indicado. É importante que siga, com rigor, as indicações de tratamento dos profissionais de saúde.

As escolas devem, também, ser informadas do diagnóstico confirmado, para levarem a cabo as respetivas medidas de prevenção de contágio.

NOTIFICA – Sistema Nacional de Notificação de Incidentes

Ajude a melhorar a segurança do doente.


NOTIFICA é uma plataforma destinada à gestão de incidentes ocorridos no sistema de saúde.

Objetivo: Melhorar a segurança do doente, evitando futuras ocorrências através da aprendizagem contínua.

  • Permite que a Direção-Geral da Saúde (DGS) recolha informação indispensável, a nível nacional, relativa à tipologia de incidentes e suas causas, permitindo o
    desenvolvimento de estratégias de intervenção prioritárias.
  • As instituições, por seu lado, recebem informação relativa aos incidentes aí ocorridos, permitindo a implementação de medidas corretivas e de melhoria da prestação, bem como o feedback ao notificador e a todos os envolvidos.

O cidadão ou o profissional de saúde podem reportar três tipos diferentes de incidentes:

  • Relacionados com a prestação de cuidados de saúde;
  • Relacionados com a violência contra profissionais de saúde ocorrida no local de trabalho;
  • Relacionados com a utilização de dispositivos médicos corto-perfurantes.

A notificação é voluntária, anónima, confidencial e não punitiva.

Consulte:

Unidade de Saúde de Ponta Garça

Ponta Garça é uma freguesia do Concelho de Vila Franca do Campo com aproximadamente 3,600 habitantes (censos 2011). Para além da Vila, é a única freguesia do concelho com unidade de saúde. Com uma equipa constituída por 2 médicas, 3 enfermeiras, 2 assistentes técnicas e 1 assistente operacional assegura-se com uma enorme cumplicidade, os cuidados primários daquela zona.

Uma equipa jovem (principalmente a D. Helena Vieira que trabalha no Centro de Saúde de Vila Franca há 42 anos) e afetuosa que utiliza a proximidade como um fator essencial nas relações humanas entre profissionais e utentes. Uma equipa que organiza o agendamento da melhor forma possível, gerindo a afluência de utentes para que estes não se sintam afetados com possíveis alterações. Um exemplo muito comum é organizarem-se de acordo com os horários dos transportes públicos e ajustarem-se às necessidades das pessoas. Consideram gratificante esta proximidade que, inevitavelmente, as envolve na vida das pessoas assumindo que “somos uma grande família”.

Febre Infantil

A febre é uma manifestação benéfica do organismo que decorre do combate às infeções não sendo considerada, por si só, uma doença. A febre acontece quando a temperatura média de base, do indivíduo aumenta, pelo menos 1ºC em relação ao seu valor de referência habitual. Se não se conhece a temperatura basal do indivíduo, considera-se a febre perante os seguintes valores de temperatura que variam, de acordo com os locais onde é feita a medição: ≥38°C no reto; ≥37,6°C na axila; ≥37,8°C no tímpano; ≥37,6°C na boca.

A medição da temperatura deve ser feita nestes locais, com recurso a termómetros específicos e adaptados a cada região, salvaguarda-se que a medição de temperatura retal é considerada a mais rigorosa forma de medição, devendo ser feito com a criança deitada de costas e introduzindo-se a ponta do termómetro flexível em cerca de 3cm no ânus, num trajeto paralelo às costas da criança. O método axilar, embora mais prático não é considerado tão preciso como o retal. Ao medir-se a temperatura axilar, o braço deve ser encostado firmemente ao tronco até o termómetro digital sinalizar a leitura. A temperatura timpânica só deve ser utilizada a partir dos 3 anos, enquanto que a oral só é recomendada depois dos 5 anos.

Quais são os “sinais de alerta” numa criança com febre?

Sonolência excessiva ou incapacidade de adormecer; face ou olhar de sofrimento; irritabilidade e gemido mantido; choro inconsolável; não tolerar colo; dor perturbadora; convulsão; aparecimento de manchas na pele nas primeiras 24 a 48 horas de febre; respiração rápida com cansaço; vómitos repetidos entre refeições; recusa alimentar completa superior a 12 horas; sede insaciável; lábios ou unhas roxas e/ou tremores intensos e prolongados na subida da temperatura; alteração da marcha; urina turva ou com mau cheiro; febre com duração superior a 5 dias completos.

Em que situações deve recorrer ao médico: na presença de um ou mais destes sinais de alerta; se a criança tem menos de 3 meses de idade (considera-se a idade corrigida em caso de nascidos prematuros); se idade inferior a 6 meses com temperaturas ≥40°C axilares (ou ≥41°C se retais); se tem doença crónica grave; se a febre persiste há mais de 5 dias ou se reaparecer após 2 a 3 dias de temperaturas normais.

Medidas a tomar para o controlo da febre: oferecer água e/ou leite a beber para prevenir a desidratação; adequar o vestuário à sensação de frio ou de calor; respeitar o apetite da criança; manter a vigilância dos sinais de alerta; em caso de desconforto da criança, administrar antipirético. Não deve ser feito arrefecimento para baixar a temperatura (banho, compressas, ventoinhas)!

Como administrar o antipirético: O antipirético é um medicamento utilizado para baixar a temperatura, em caso de febre, e aliviar o desconforto da criança. O seu propósito não é eliminar a febre. Deve ser administrado segundo a posologia descrita pelo médico e/ou de acordo com as informações do folheto informativo que acompanha o medicamento. O intervalo mínimo entre 2 tomas consecutivas nunca deve ser inferior a 4 horas. O antipirético é considerado eficaz se baixar a temperatura de 1 a 1,5°C no intervalo de 2 a 3 horas após a sua administração. Em caso de alergia ao paracetamol pode alternar-se a administração do paracetamol com ibuprofeno. Tirando esta situação, não há necessidade de utilizar o paracetamol alternado com um anti-inflamatório nem com outro tipo de antipirético.