Seminário – Suicídio sem Tabus

Uma organização da Equipa de Saúde Mental Comunitária (ESMC)

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a cada ano cerca de 1 milhão de pessoas morre por suicídio, cerca de 3000 pessoas por dia, uma a cada 40 segundos. Por cada pessoa que se suicida, estima-se que ocorram cerca de 20 comportamentos da esfera suicidária não fatais.

A nível mundial, o suicídio é a segunda causa de morte entre os 15 e os 24 anos, sendo também em Portugal, e em geral na UE, a segunda causa de morte entre os 10 e os 19 anos. As tentativas de suicídio e a intenção ou ideação suicida aumentaram, de acordo com o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM),  o número de chamadas relacionadas com este comportamento aumentou 39% entre 2019 e 2021. As tentativas de suicídio, por exemplo, passaram de 600 em 2019 para 801 no ano passado.

Após o suicídio, as pessoas próximas – os sobreviventes – podem ter muita dificuldade em lidar com esta perda, criando um impacto na saúde física e mental. Algumas pessoas podem mesmo vir a ter sintomas de depressão ou ideias de suicídio.

O Plano Regional da Saúde Mental dos Açores (PRSMA) orienta para a elaboração de programas de educação e de sensibilização da população para a promoção da saúde e prevenção da doença, nas mais diversas áreas, inclusive o suicídio.

A ESMC tomou esta iniciativa, de promover, incentivar e mobilizar a Região e os cidadãos perante desafios que se colocam no caminho, não medindo esforços para combater grandes provações como este flagelo que é o suicídio.

Com o único objetivo de promover a saúde mental dos açorianos, este evento é dirigido a profissionais de saúde, profissionais de educação e outros profissionais com preocupações nesta temática, dotando-os de conhecimento e informação que os apoie nestes casos. Queremos por isso, lançar a discussão, partilhar conhecimentos entre profissionais e se comece a encontrar estratégias que reduzam estes cenários devastadores para qualquer família, para a nossa sociedade.

Assim, a ESMC apresenta o programa do Seminário que incidirá nos eixos da prevenção de doença e promoção da Saúde Mental. O Seminário “Suicídio Sem Tabus” integra o plano de atividades da ESMC, para o ano de 2023.

 

Seminário – Suicídio sem Tabus

Programa (Provisório)

Dia 25 de setembro de 2023

8:30h – Abertura do Secretariado

9:00h – 10:15hI Painel – Suicídio

  • Conhecer a realidade do suicídio– Ricardo Gusmão (Médico Psiquiatra, Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto)
  • Plano Nacional de Prevenção do Suicídio – Inês Rothes (Presidente da Sociedade Portuguesa de Suicidologia)
  • Elaboração e Implementação do Plano Regional de Saúde Mental dos Açores – Henrique Prata Ribeiro (Psiquiatra, Coordenador da Estrutura para a Saúde Mental dos Açores)

Moderador de mesa – Eduardo Azevedo (Vogal para a Estrutura para a Saúde Mental dos Açores)

10:15h – 10:45h – Sessão de Abertura

– Presidente do Governo Regional dos Açores

– Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada

– Presidente da Unidade de Saúde de Ilha de São Miguel

10:45h – 11:15h – Pausa para café

11:15h – 12:50h – II Painel –  Suicídio – Uma realidade/Um facto

  • Caracterização do Suicídio na Ilha de São Miguel – João Coelho (Médico Interno de Psiquiatria, HDES)
  • Suicídio um Problema Social – Tânia Fonseca (Vogal do Conselho Diretivo do Instituto de Segurança Social dos Açores)
  • Riscos Psicossociais: Avaliação – Nísia Bettencourt (Psicóloga, Estrutura de Saúde Mental dos Açores)
  • Apoio Psicossocial na Situação de Crise – Sónia Cunha (Psicóloga, Coordenadora do Centro de Apoio psicológico, Intervenção em Crise do INEM)

Moderador: Alberto Duarte (Professor na Escola Superior de Saúde da Universidade dos Açores)

12:50h – 14:00h – Pausa para almoço

14:00h – 15:00hIII Painel – Tentativa de suicídio: uma problemática (parte 1)

  • A Abordagem Hospitalar à Pessoa com Tentativa de Suicídio – João Paulo Vidal (Diretor de Serviço de Psiquiatria do HDES)
  • Lei da Saúde Mental: Internamento Compulsivo – Manuela Flores (Juíza Titular do Juízo Central Cível e Criminal de Ponta Delgada)

Moderador de mesa – José Carvalho (Vogal Executivo do Conselho de Administração da Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel, Médico consultor, Delegado de Saúde Centro de Saúde de Nordeste)

15:00h – 15:30h – Pausa para café

15:30h – 16:30hIII Painel – Tentativa de Suicídio: uma problemática (parte 2)

  • A Equipa de Saúde Mental Comunitária da Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel e o papel do Médico de Família – Maria Teresa Albergaria (Médica Especialista em Medicina Geral e Familiar, Médica da Equipa de Saúde Mental Comunitária da Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel)
  • Acompanhamento Psicológico aos Sobreviventes – Dr.ª Carla Rocha (Psicóloga HDES; Vogal da Direção da Delegação Açores da Ordem dos Psicólogos)

Moderador de mesa – José Carvalho (Vogal Executivo do Conselho de Administração da Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel, Médico consultor, Delegado de Saúde Centro de Saúde de Nordeste)

16:30h – 17:00h – Há esperança –  Momento Musical

 

 

Dia 26 de Setembro 2023

8:30h – Abertura do Secretariado

9:00h – 10:15h – Painel IV – Promover a Saúde Mental e Prevenir o suicídio (parte 1)

  • Literacia em Saúde Mental – Francisco Sampaio (Presidente da mesa do Colégio de Especialidade de Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria) (VÍDEOCONFERÊNCIA – Online)
  • Intervenção do Assistente Social na Prevenção do Suicídio – Cláudia Pacheco (Assistente Social na Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel e na Equipa de Saúde Mental Comunitária da Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel)
  • A Consulta de Enfermagem de Saúde Infantil e Juvenil na Saúde Mental dos 15 aos 18 anos da Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel – Hélia Arruda (Enfermeira Especialista de Consulta Infantil da Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel)
  • É possível Ter Saúde Após o Diagnóstico de Uma Doença Mental? – Sara Bicudo Ponte (Médica Especialista em Medicina Geral e Familiar)

Moderador: Pedro Mackay (Vogal para a Estrutura para a Saúde Mental dos Açores)

10:15h – 10:45h – Pausa para café

10:45h – 12:00h – Painel IV – Promover a Saúde Mental e Prevenir o suicídio (parte 2)

  • Dos 0 aos Jogos Olímpicos Carlos Neto (Professor Catedrático da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa)
  • Projeto “Mais Contigo” – José Carlos Santos (Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria, Professor na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra)

(VÍDEOCONFERÊNCIA- Online)

  • Projeto Equipa-TE: APPJ – Associação de Promoção de Públicos Jovens: O desporto como Fator Protetor de Saúde Mental – Paulo Paiva (Psicólogo)

Moderador: Magno Silva (Médico Especialista em Medicina Geral e Familiar, Coordenador da Unidade de Saúde da Lagoa, Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel)

12:00h Sessão de encerramento

Mónica Seidi (Secretária Regional da Saúde da Região Autónoma dos Açores)

II Ciclo de Jornadas MGF

Os Médicos Internos de Medicina Geral e Familiar da Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel apresentam, hoje e amanhã (25 e 26 de maio), a primeira sessão do II Ciclo de Jornadas de Medicina Geral e Familiar, em formato híbrido (presencial e online). A Patologia dos Sistemas Digestivo e Músculo-Esquelético será o foco desta primeira sessão, que contará com palestrantes convidados e será aberta a todos os profissionais de saúde interessados.

A consulta do dia – extra.

CONSULTA DO DIA EXTRA DO CENTRO DE SÚDE DE PONTA DELGADA

Pretende aumentar a resposta sazonal às situações de doença aguda e será disponibilizada sempre que necessário, por períodos de tempo limitado.

É um complemento ao tempo de consulta do dia que cada médico de família (MF) tem na sua agenda.

oportunidade de resolver as situações agudas dos utentes que não conseguem vaga junto do seu Médico de Família.

 

A CONSULTA DO DIA É UMA CONSULTA:

  • Agendada no próprio dia;
  • Por iniciativa do utente;
  • Para resolver situações de doença aguda.

 

CRITÉRIOS DE ACESSO À CONSULTA DO DIA:

  • Sintomas de início súbito, evolução rápida, com duração de dias (febre, tosse, vómitos, diarreia ,dor);
  • Doença crónica descompensada ou com agravamento recente (hipertensão, Diabetes ou doença pulmonar crónica);
  • Mostrar resultados de exames urgentes se combinado com o MF ou se alteração grave sinalizada pelos técnicos ou médicos que executaram o exame;
  • Situação urgente combinada com o MF.

 

NÃO DEVE IR À CONSULTA DO DIA PARA:

  • Pedir renovação de medicação crónica (isto pode ser feito sem necessidade de marcação de consulta junto à secretaria);
  • Pedir relatórios médicos, o preenchimento de formulários, atestados para licença de condução ou outros similares;
  • Pedir exames complementares de diagnóstico;
  • Para mostrar informações/cartas de outros profissionais de saúde (exceto se comunicada situação de urgência/gravidade);
  • Para prorrogação de Certificados de Incapacidade Temporária (“baixas”), exceto se doença aguda.

 

SERVIÇO DE ATENDIMENTO COMPLEMENTAR (SAC)

O SAC mantém o seu funcionamento para orientar utentes sem Médico de Família ou que este esteja ausente por período prolongado.

Para consulta programada de adultos e doença aguda de adultos e crianças.

Infeções Respiratórias

As infeções respiratórias agudas constituem as formas de doença aguda mais frequentes ao longo das nossas vidas. Apesar da sua maioria ser autolimitada, algumas infeções podem ter uma evolução mais grave com necessidade de cuidados diferenciados, conduzindo a sequelas ou mesmo à morte.

Os agentes de infeções respiratórias variam conforme o contexto epidemiológico e as condições de risco de cada pessoa. Contudo, em
determinados períodos do ano, como o outono e inverno, a circulação simultânea de diferentes agentes, entre os quais o vírus da Gripe, o Vírus Sincicial Respiratório ( e outros vírus emergentes como o SARS CoV 2 justifica a adoção de medidas de prevenção e de resposta às infeções decorrentes.

Um dos legados da Pandemia COVID 19 reside na importância de cada um de nós manter viva uma cultura de segurança adotando comportamentos que permitem reduzir o risco de contrair uma
infeção respiratória e de a transmitir a outras pessoas.
O conhecimento que adquirimos sobre a COVID 19 continua a evoluir e, atualmente, a elevada cobertura vacinal alcançada pelos cidadãos tornou possível a redução significativa do risco global de doença grave, hospitalização e morte por COVID 19.

Este importante passo, dado em conjunto, permite nos hoje progredir para um modelo de resposta às infeções virais respiratórias mais focado na prevenção e tratamento da doença grave, garantindo a proteção dos mais vulneráveis e promovendo a capacitação das pessoas para o cumprimento de medidas que estão ao alcance de todos.

 

Fonte: DGS (in: Infeção aguda das vias respiratórias recomendações 2022/23) e DRS

Projeto Vencedor

Projeto açoriano para reabilitar no domicílio crianças com problemas respiratórios premiado

 

Um projeto que permitiu a reabilitação domiciliária de crianças com problemas respiratórios durante a pandemia de covid-19, em São Miguel, Açores, é o vencedor do Prémio Luísa Soares Branco, no valor de 2.500 euros, foi hoje revelado.

O projeto “Reabilitação Respiratória Pediátrica em contexto de pandemia – Telecinesiterapia Respiratória e visitação domiciliária”, da equipa de enfermagem da Unidade de Saúde de Ilha de São Miguel, nos Açores, surgiu em 2020 para melhorar a acessibilidade aos programas de Reabilitação Respiratória das crianças que ficaram privadas destes cuidados, devido ao encerramento do Serviço de Cinesiterapia Respiratória do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, como consequência da pandemia.

A enfermeira Elisabete Lima, coordenadora da equipa, composta por sete elementos, explicou à agência Lusa que este trabalho de reabilitação respiratória domiciliária era feito “essencialmente com idosos ou com utentes totalmente dependentes”.

“Com a pandemia, surgiram novas necessidades e iniciamos a visitação domiciliária com a implementação de programas de reabilitação respiratória na casa das crianças com risco elevado de agravamento da sua doença respiratória e consequente internamento hospitalar”, explicou.

Posteriormente, com o agravamento da pandemia em São Miguel, e de modo a respeitar as indicações das autoridades de saúde, houve a necessidade de reduzir a intervenção presencial e introduzindo a telecinesiterapia respiratória, um método que consiste na realização dos exercícios respiratórios por vídeo consulta.

Elisabete Lima sublinhou que a implementação do projeto contribui para a redução das agudizações da patologia respiratória e dos internamentos hospitalares, melhorando a qualidade de vida das crianças e reduzindo custos em internamentos hospitalares.

“No ano de 2021 houve uma redução nos internamentos de crianças na ordem 75%”, assinalou a enfermeira coordenadora do projeto.

O projeto abrangia em 2021 um total de 24 crianças dos concelhos de Ponta Delgada e Lagoa.

Atualmente já cuida de 35 crianças de todos os concelhos da ilha de São Miguel.

Elisabete Lima adiantou que as crianças são referenciadas pelo “pediatra do Hospital de Ponta Delgada que os acompanha em consulta externa”.

“Com a implementação dos exercícios respiratórios e com os ensinos que fazemos no âmbito de toda a gestão da doença respiratória foi possível resolver os problemas respiratórias de base, o que se traduziu numa redução do número de internamentos”, realçou.

Para a coordenadora do projeto o prémio agora alcançado motiva toda a equipa para “continuar a prestar estes cuidados de saúde para o bem-estar da criança e famílias, reduzindo internamentos e agudizações”.

“Este reconhecimento significa que estamos no bom caminho para continuarmos a prestar este tipo de cuidados”, sublinhou ainda.

O prémio Luísa Soares Branco, segunda edição, é entregue no sábado pela Associação Respira e a Linde Saúde na sessão conjunta da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) e da Respira, que se realiza no âmbito do 38.º Congresso da SPP, no Algarve.

O Prémio Luísa Soares Branco distingue projetos de instituições públicas ou privadas, que se destaquem na prestação de serviços e cuidados de saúde a doentes respiratórios crónicos, em especial a pessoas com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC).

 

07/11/2022

AGÊNCIA LUSA

AVC: prevenção e sinais

Dia Mundial do Acidente Vascular Cerebral (AVC) – 29 de outubro

O AVC é um défice neurológico súbito de origem isquémica (deficiência de irrigação sanguínea) ou hemorrágica e continua a ser uma das principais causas de morte em Portugal.

De acordo com a Sociedade Portuguesa do AVC, Portugal é, na Europa Ocidental, o país com a maior taxa de mortalidade na população com menos de 65 anos de idade.

A adoção de estilos de vida saudáveis é considerada a melhor medida preventiva, assim a alimentação saudável, promoção da atividade física, redução/abandono de consumo de tabaco e álcool e o controlo de doenças como a hipertensão, diabetes e arritmias cardíacas são essenciais.

A sintomatologia de um AVC depende da área cerebral afetada e pode ser reconhecida recorrendo à regra dos 3 F’s:

  • Face: desvio da face (comissura labial ou uma das pálpebras descaídas);
  • Força: alteração da força num braço, perna ou em ambos os membros do mesmo lado;
  • Fala/Linguagem: erros na articulação das palavras, nomeação, compreensão, fluência ou repetição alterados.

Se estes sinais forem reconhecidos, ativar imediatamente os serviços de emergência médica (112) e aguardar ajuda especializada, uma vez que recorrer aos hospitais pelos próprios meios, na maioria dos casos, atrasa o início do tratamento, reduz a eficácia do mesmo e agrava o prognóstico.

#Tempoprecioso

Fonte : DGS

Saúde Mental

A Equipa de Saúde Mental Comunitária da Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel, para assinalar o dia Mundial da Saúde Mental organizou um programa cultural para a comunidade com o objetivo de sensibilizar as pessoas para o dia e para a importância da Saúde Mental, tanto na prevenção como no tratamento.  Será um programa que englobará a arte, a cultura e a vertente social, áreas que podem ser essenciais quando aliadas à intervenção da Saúde Mental, tanto na promoção, prevenção e entendimento da mesma junto do público em geral.

O coração.

O funcionamento do coração é o que nos mantém vivos!

Há que preservá-lo, mantendo-o saudável o maior tempo possível. Quando este circuito “adoece”, surgem as doenças cardiovasculares. Estas ainda são a primeira causa de morte em Portugal. Um em cada 3 portugueses morre por doenças cardiovasculares. Há que evitar, prevenir ou adiar o aparecimento dos eventos cardiovasculares.

 

O que são doenças cardiovasculares?

São doenças, como o próprio nome indica, que afetam os vasos, vasculares, onde o sangue circula e o coração, cardio.

São elas a hipertensão arterial (aumento da pressão com que o sangue passa nos vasos), a doença coronária (doença das artérias do coração, coronárias, podendo ser resultado da acumulação de gorduras no sangue, formando placas as quais reduzem o lúmen do vaso), o enfarto agudo do miocárdio e o Acidente Vascular Cerebral (AVC) quando existe oclusão de uma artéria.

 

Quais os sintomas e como proceder?

A sintomatologia do enfarto agudo do miocárdio pode ser uma dor súbita no meio do peito, tipo peso, aperto, queimadura, opressão, esmagamento podendo irradiar para ambos os braços, garganta, maxilar, zona do estômago e costas;

No caso do AVC pode surgir uma súbita falta de força num membro ou numa parte do corpo, uma alteração da fala e/ou assimetria da face;

No caso da pressão arterial elevada pode ser dor de cabeça intensa e constante, zumbido no ouvido, tontura, poderá também estar associada a falta de ar, uma impressão no peito. Nestes casos deve-se ligar para o 112, onde um profissional de saúde irá enquadrar os sintomas e proceder à melhor e mais célere orientação da situação, nomeadamente, acionando a ida ao local de profissionais treinados com equipamento que lhes permita fazer diagnóstico, como ECG e assim reportar a situação para quem está no Serviço de Urgência de modo a que o utente tenha o tratamento o mais célere possível.

Apenas 17% das situações de enfarte agudo do miocárdio ligaram para o 112.

 

O que é o risco cardiovascular?

O risco cardiovascular é a probabilidade de cada um de nós vir a sofrer um evento cardiovascular no futuro. Deste modo há que controlar os fatores de risco cardiovasculares. Estes podem ser não modificáveis e modificáveis.

Os não modificáveis são: o género (a doença cardiovascular manifesta-se mais precocemente no homem), a idade (aumento proporcional do risco com a idade) e os fatores genéticos (familiares com doença cardiovascular antes dos 55 anos nos homens e antes dos 65 anos nas mulheres).

Os modificáveis, que requerem não só o empenho do utente como também a intervenção do profissional de saúde são o controlo da: hipertensão arterial, diabetes e dislipidémia. Os que são modificáveis e que dependem exclusivamente da mudança de estilos de vida do utente são: sedentarismo, hábitos tabágicos, alimentação não apropriada, obesidade e excesso de peso.

 

O que podemos fazer para controlar estes fatores de risco?

Há que incidir na prevenção da doença e na promoção da saúde, estilos de vida saudáveis que passam por:

Cuidados alimentares – adoção de uma dieta diversificada, fracionada, nutricionalmente equilibrada, rica em legumes, verduras, frutas e pobre em gorduras (totais e saturadas). Ter presente a roda dos alimentos, nomeadamente a água está no centro da roda e deve ser uma presença constante na nossa alimentação em detrimento dos sumos gaseificados e açucarados. Ao construir o prato temos de ter em atenção que ¼ são hidratos de carbono, ¼ são proteínas e ½ são hortícolas apresentando-o de forma apelativa, principalmente para as crianças. Reduzir o consumo de sal (valor ingerido inferior a 5,8 g/dia) usando ervas aromáticas como o alecrim, cebolinho, coentros, hortelã, louro, orégãos, tomilho). Ter atenção ao consumo de álcool.

Todo o agregado familiar deve estar envolvido, quem confeciona e/ou faz as compras do supermercado, devendo haver uma planeamento semanal da ementa, uma lista (à qual se deve cingir) em que conste a fruta, as hortaliças e não esquecer de ler os rótulos tendo em atenção os valores apresentados de gordura líquida, saturada, açucares e sal.

 

Exercício físico – A prática de exercício físico deve ser regular e continuada, 30 a 60 minutos, quatro a sete dias por semana. Deve ser adequada e enquadrada no dia-a-dia da pessoa, como por exemplo ir a pé para o trabalho, fazer caminhadas ou mesmo praticar um desporto individual ou mesmo em família. Os Idosos devem adicionar atividades físicas que promovam o equilíbrio e a coordenação, bem como o fortalecimento muscular, para ajudar na prevenção de quedas e na melhoria da saúde. Qualquer quantidade de exercício físico é melhor que nada. Tudo conta (parte integrante do trabalho, atividades domésticas).

Isto porque 6% da morte por doença coronária pode ser evitada com a pratica de exercício físico (segundo o programa nacional para a promoção da atividade física em Portugal 2021), além disso, também ajuda no controlo da diabetes, dos níveis de triglicéridos ou mesmo no controlo dos sintomas de ansiedade.

 

Peso – Importante a manutenção do peso normal (IMC entre 18,50 – 24,99 kg/m2) e perímetro da cintura inferior a 94 cm no homem e a 80 cm na mulher. Sendo o IMC calculado com base no peso e a estatura (razão entre peso e quadrado da altura), se 25-29.9 pré-obesidade e acima de 30 obesidade

 

Tabaco – Cessação tabágica é uma questão de mudança de comportamento. O consumo pode funcionar como tem um efeito tranquilizante, ansiolítico, por vezes como convívio social, daí a dificuldade na cessação. Nas consultas de MGF realizamos a intervenção breve 5 As: Abordar, Aconselhar, Avaliar, Ajudar e Acompanhar e atua-se de acordo. Poderá ter lugar uma referenciação à consulta de cessação tabágica sendo esta multidisciplinar: médico, enfermeiro, psicólogo, nutricionista e mesmos nalguns casos pode ser necessário a intervenção da assistente social (causas sociais podem motivar o consumo) para que a cessação seja continuada.

 

A importância da adoção de estilos de vida saudáveis.

Todo este equilíbrio é fundamental para a manutenção deste nosso motor, o coração, para que todos vivamos mais e melhor. As doenças cardiovasculares são um problema de todos nós enquanto comunidade e cabe a cada um de nós, enquanto indivíduo e cidadão de uma comunidade, aderir e adotar para que tenhamos qualidade de vida.

A Saúde da Mulher

Os Médicos Internos de Medicina Geral e Familiar da Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel apresentam, no próximo dia 29 de julho, a segunda de três sessões do I Ciclo de Jornadas de Medicina Geral e Familiar, em formato híbrido (presencial e online). A Saúde da Mulher será o foco desta segunda sessão, que contará com palestrantes convidados e será aberta a todos os profissionais de saúde interessados. 

As inscrições já se encontram abertas em  https://bit.ly/CJMGFSM e são gratuitas (inscrição obrigatória).

Inscreva-se já!

Para qualquer esclarecimento adicional: [email protected]

Próxima sessão (sujeito a alteração):

– 3ª Sessão (23/09/2022; 9h-13h): Saúde Infantil e Juvenil.