Gerindo a ansiedade em tempo de pandemia

A pandemia COVID-19 está a provocar, a nível global, alterações profundas nos estilos de vida das pessoas, bem como nos relacionamentos interpessoais, com potencial impacto na saúde mental das comunidades, conduzindo a potenciais perturbações mentais, como a ansiedade. (1)
Em 2020, com o evoluir da pandemia, foi realizado um estudo em Portugal, que evidenciou que 27.0% dos portugueses apresentavam sintomas de ansiedade comparativamente a dados de 2013, onde, na altura se constatou uma prevalência de 16.5% para os mesmos sintomas. Como se verifica, o número de pessoas com sintomatologia relacionada com a ansiedade aumentou desde o início da pandemia. (1)
A ansiedade é um estado normal que pode ser experienciado por todos nós. É uma resposta natural presente nas crianças, adolescentes, adultos e idosos, perante diversas situações do dia-a-dia, como por exemplo: o primeiro dia de aulas, a realização de um teste escolar, de um exame complementar de diagnóstico ou de uma entrevista de emprego. No entanto, quando presente em excesso, transforma-se num sentimento de desconforto, receio e aflição, com manifestações que poderão afetar as atividades de vida diárias, sendo a sua origem, muitas vezes, desconhecida pela própria pessoa. (2)
As Perturbações de Ansiedade são dos problemas de saúde mental mais frequentes em Portugal. Dentro desta classificação genérica encontram-se outras entidades diagnósticas como: a Perturbação Generalizada da Ansiedade, a Perturbação de Pânico, a Agorafobia (medo ou ansiedade de estar em situações ou lugares dos quais não há como escapar facilmente ou em que a ajuda pode não estar disponível, no caso da ansiedade intensa se manifestar), Fobias específicas, a Fobia Social, a Perturbação Obsessivo Compulsiva e a Perturbação de Stress Pós-traumático. Neste texto, centrar-nos-emos na Perturbação Generalizada da Ansiedade, na sua caraterização, bem como nas estratégias para o seu enfrentamento. (3)
Atendendo aos estilos de vida atuais das sociedades ocidentais, o “sentir-se ansioso” já se encontrava tão presente no quotidiano das pessoas, sendo que o surgimento da pandemia por COVID-19 só veio intensificar e agravar esta situação, em virtude de todas as mudanças que esta nova realidade causou, como por exemplo, a imposição das normas de distanciamento físico e o receio de ser infetado.
De um modo geral, a ansiedade pode assumir diversas manifestações físicas e psíquicas. De entre essas manifestações encontram-se: sensação de boca seca, dificuldade em deglutir (engolir), desconforto abdominal, náuseas, flatulência (gases), taquicardia (batimento cardíaco acelerado), palpitações, sensação de opressão torácica (aperto no peito), disfunção sexual, tensão muscular, cefaleias (dores de cabeça), diaforese (transpiração em excesso), insónias, mas também sensações como o medo, a inquietação, o sofrimento por antecipação, a dificuldade em concentrar-se, o autocriticar-se de forma excessiva, bem como, o isolar-se. (4,10)
Por forma a reduzir e/ou minimizar as situações de ansiedade podem ser postas em prática as seguintes sugestões:
Respeite o seu ritmo: dedique algum tempo para si, para que possa fazer algo que goste e que lhe dê prazer. Reconheça que cada um tem o seu próprio ritmo e que o mais importante é o que for mais adequado para si. Não deixe que os outros o(a) pressionem; (5-6)
Seja tolerante consigo próprio(a): mantenha-se positivo(a), valorize as suas competências, foque-se nas suas conquistas e encare os obstáculos como uma oportunidade de aprendizagem, não esquecendo que é normal falhar e que cada um de nós tem as suas limitações. Afinal, quem nunca falhou? (6)
Mantenha-se ativo durante a pandemia: tente praticar exercício físico que lhe dê prazer. Um adulto, em média, deve praticar exercício físico, pelo menos duas horas por semana, de intensidade moderada, como por exemplo, uma caminhada a passo rápido. Outra opção será realizar, no mínimo, uma hora e um quarto de atividade vigorosa, como correr ou nadar, ao longo da semana. Lembre-se que a prática de exercício físico leva à produção de hormonas (endorfinas) responsáveis pela sensação de bem-estar e relaxamento. Já pensou em fazer sessões de exercício físico em grupo ou com um amigo, por via online? (13)

Pratique atividades de relaxamento: já experimentou alguma atividade deste tipo? Porque não aproveitar o momento atual para o fazer? Pode, por exemplo, praticar ioga, meditar, experimentar uma massagem, passear, cozinhar, ler um livro, ver filmes, ouvir música, praticar jardinagem ou desenvolver atividades de trabalhos manuais… Estas são apenas algumas das atividades que podem contribuir para o seu relaxamento. Gosta de alguma? A escolha é sua! (8)

Aprenda a realizar exercícios respiratórios: uma respiração lenta e profunda permite a redução do batimento cardíaco, levando a que se sinta mais tranquilo(a) e menos ansioso(a). (8)
Já ouviu falar em respiração diafragmática? Gostaria de aprender a realizá-la?

Siga os seguintes passos:
1. Coloque-se numa posição confortável (em pé, sentado ou deitado);
2. Coloque as mãos sobre o seu abdómen (barriga) e contraia o máximo que puder, mantendo a boca fechada;
3. Inspire pelo nariz e empurre com as suas mãos os músculos abdominais;
4. Expire o ar pela boca lentamente, com os lábios semicerrados e sinta os seus músculos abdominais contraírem-se novamente;
5. Relaxe e sinta a sensação de tranquilidade;
Repita a técnica 5 vezes. (3)

Mantenha as suas rotinas: procure manter o número e horário das suas refeições, evite alterar as suas rotinas de sono e higiene, bem como, os seus períodos de lazer. Porquê mudar as suas rotinas nesta fase de pandemia? (8)
Expresse os seus sentimentos e preocupações: arranje uma forma e um momento para dizer como se sente, a familiares, pessoas próximas, profissionais de saúde ou através de blogues, diários e redes sociais. A escrita, o conversar e o desenho são formas eficazes de libertar sentimentos e emoções. Como pode ver, existem várias formas de expressar o que sente. Como se está a sentir hoje? (8-9)
Mantenha o contato social de forma segura: o surgimento da Pandemia por COVID-19 veio alterar profundamente os comportamentos e práticas socias instituídas e, essencialmente, a forma como interagimos uns com os outros. Contudo, a imposição das normas de distanciamento físico, não implica que tenhamos de estar socialmente afastados. Reserve algum tempo diário para falar com a família e amigos, através das redes sociais, telefone, entre outros tantos meios que a tecnologia atualmente nos oferece. Hoje, já realizou alguma videochamada? (5,9)
Evite comportamentos nocivos: a ingestão excessiva, por exemplo, de álcool e cafeína, pode agravar os níveis de ansiedade. O consumo de cafeína provoca a libertação de adrenalina, que por sua vez, aumenta a energia. Em quantidades elevadas, os efeitos dessa substância serão mais intensos, resultando na ansiedade induzida pela cafeína. O álcool altera os níveis de serotonina e outros neurotransmissores no cérebro, o que pode agravar a ansiedade; (11-12)
Não se foque apenas na pandemia: limite o tempo despendido neste assunto. Todos os dias mantenha períodos de 1 a 2 horas sem aceder a qualquer informação. Também é importante ter uma visão crítica em relação à informação disponível na comunicação social, redes sociais e internet. Não partilhe informação que provenha de sítios de credibilidade duvidosa e com informação não verificada. Evitar a disseminação de fake news e o consequente alarmismo gerado por estas é uma responsabilidade de todos nós! Procure informações em fontes credíveis e fidedignas, como por exemplo, o Serviço Nacional de Saúde e a Direção Geral da Saúde, entre outras entidades com reconhecida competência em matéria de saúde pública. (7-8)

É muito importante lembrar-lhe que não existe uma forma única ou correta de lidar com a ansiedade. Cada pessoa deve utilizar e adaptar diferentes estratégias, de acordo com a sua condição e necessidades, procurando descobrir o que melhor resulta para si. Sempre que sentir que não está a conseguir lidar com os vários sinais e sintomas de ansiedade procure ajuda de alguém ou de um profissional: psicólogo, enfermeiro, médico… Existem pessoas que o(a) podem ajudar, não está sozinho!

Nem todos os dias são bons, mas há algo bom em cada dia! 🙂

Para saber mais, consulte:

• Direção Geral da Saúde – Saúde Mental. https://covid19.min-saude.pt/saude-mental-2/
• Falcão, E., Gusmão, E., Fontes, L., Gomes, P., Echeverria, A., Barbosa, L., Falbo, G., Diniz, I., Costa, J. M., Melo, M. (2020). Cuidando da Saúde Mental- Ansiedade.https://repositorio.fps.edu.br/bitstream/4861/474/3/Cuidando%20da%20saude_ansiedade.pdf
• Ordem dos Psicólogos – COVID-19: 3 passos para lidar com a ansiedade. https://www.ordemdospsicologos.pt/ficheiros/documentos/covid_19_ansiedade_1.pdf• Ordem dos Psicólogos- Fact Sheet|Ansiedade https://www.ordemdospsicologos.pt/ficheiros/documentos/factsheet_ansiedade_1_.pdf

Referências:
(1) Departamento de Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças Não Transmissíveis do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. (2020). Relatório final: SM-COVID19 – Saúde mental em tempos de pandemia. Lisboa: Almeida, T. C., Heitor, M.J., Santos, O., Costa, A., Virgolino, A., Rasga, C., Martiniano, H., Vicente, A. Disponível em http://repositorio.insa.pt/handle/10400.18/7245
(2) Rebelo, S., Carvalho, J., (2014, janeiro) Ansiedade: Intervenções de enfermagem. Rev Presencia jul-dic; 10(20). Disponível em https://www.researchgate.net/publication/283853274_Ansiedade_Intervencoes_de_enfermagem
(3) Falcão, E., Gusmão, E., Fontes, L., Gomes, P., Echeverria, A., Barbosa, L., Falbo, G., Diniz, I., Costa, J. M., Melo, M. (2020). Cuidando da Saúde Mental- Ansiedade. Acedido em https://repositorio.fps.edu.br/bitstream/4861/474/3/Cuidando%20da%20saude_ansiedade.pdf
(4) American Psychiatric Association. (2014). DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed.
(5) European Psychiatric Association. (2020). COVID-19 Resource Centre: EPA recommendations. Disponível em https://www.europsy.net/covid-19-resource-centre/
(6) Mental Health Foundation. (2021). From lockdown to relaxation of covid rules: tips on looking after your mental health. Disponível em https://www.mentalhealth.org.uk/coronavirus/looking-after-your-mental-health-we-cme-out-lockdown
(7) CUF (2021). Aprenda a lidar com a ansiedade. Disponível em https://www.cuf.pt/mais-saude/aprenda-lidar-com-ansiedade
(8) Liga Portuguesa Contra o Cancro. (2020). Recomendações para lidar com a ansiedade, incerteza e preocupação durante a pandemia pelo novo coronavírus (COVID-19). Disponível em https://www.ligacontracancro.pt/www/uploads/sede/covid/liga-cancro-recomendac-o-es-para-lidar-com-a-ansiedade-durante-a-pandemia.pdf

(9) Mental Health Foundation. (2021). Look after your mental health and wellbeing when staying at home. Disponível em https://www.mentalhealth.org.uk/coronavirus/look-after-your-mental-health-and-wellbeing-when-staying-home

(10) Ordem dos Psicólogos (2020). Covid-19: 3 passos para lidar com a ansiedade. Disponível em https://www.ordemdospsicologos.pt/ficheiros/documentos/covid_19_ansiedade_1.pdf

(11) Cherney, K. (2019). Alcohol and Anxiety: Causes, Risks and Treatment. Disponível em https://www.healthline.com/health/alcohol-and-anxiety

(12) Frothingham, S. (2019). Caffeine and Anxiety: How Does Your Caffeine Habit Affect Anxiety? Disponível em https://www.healthline.com/health/caffeine-and-anxiety

(13) World Health Organization (2020). Physical activity and sedentary behaviour. Disponível em https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/336656/9789240015128-eng.pdf

Autores:

Beatriz Carvalho; Bruna Melo; Chantal Pereira; Diogo Moura; Érica Moniz; Filipa Medeiros; João Marchã; Luana Correia; Maria Inês Caetano; Maria Aguiar; Paulo Melo e Rúben Pinheiro – Estudantes do 2ª Ano do Curso de Licenciatura em Enfermagem da Escola Superior de Saúde da Universidade dos Açores (no âmbito do Ensino Clínico em Cuidados de Saúde Primários/ Hospitalares I).
Maio de 2021

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Estilos de Vida Saudável em tempo de Pandemia

Estilos de Vida Saudável em tempo de Pandemia

O impacto da Pandemia por COVID-19, na sociedade moderna, é inegável. As sucessivas medidas de isolamento social, confinamento e outras restrições vieram alterar as nossas perceções de vida e de saúde, bem como os hábitos que fazem parte da nossa rotina, ou seja, os nossos estilos de vida.
Um estilo de vida saudável deve abranger, entre outros, cuidados com a alimentação, a prática de exercício físico, o padrão de sono e a autogestão do stresse, cuidados esses que se relacionam diretamente com a prevenção da diabetes mellitus, obesidade, doenças oncológicas, respiratórias e cardiovasculares: hipertensão arterial e acidente vascular cerebral (AVC).
Em Portugal, como noutros países desenvolvidos, estas doenças, consideradas evitáveis, de um ponto de vista comportamental, assumem-se como a principal causa de morte e de perda de qualidade de vida dos indivíduos. Dados do último inquérito regional de saúde indicam que, em 2019, mais de metade da população (58,5%) tinha excesso de peso e que, na faixa etária dos 25 aos 34 anos, em cada 100 jovens, 25 apresentavam obesidade, valor superior ao dobro da média nacional, para a mesma idade.
Considerando que o excesso de peso pode ser uma condição resultante da adoção de múltiplos comportamentos inadequados em saúde e da qual decorrem várias das condições patológicas descritas, a realidade apresentada destaca a importância da promoção de estilos de vida saudável na nossa população, especialmente durante o período pandémico, em que as restrições em vigor têm imposto uma mudança significativa nos comportamentos desejáveis em saúde e nas várias gerações que a elas têm sido sujeitas.
Dados do inquérito sobre alimentação e exercício físico em contexto de contenção social por COVID-19 realçam que os portugueses praticaram menos atividade física e alteraram os seus hábitos alimentares, durante o confinamento. No período de 9 de abril a 4 de maio de 2020, de entre os indivíduos que mudaram os seus hábitos alimentares, 41,8% afirmou ter sido para pior.
As razões justificam-se com as alterações: na frequência das refeições, no horário de trabalho (17,6%), no apetite (19,3%) e com o stresse vivido (18,6%). Estas alterações nos hábitos alimentares, agravadas pelo aumento dos níveis de sedentarismo e pela baixa prevalência da prática de exercício físico (60,9%), podem explicar a perceção de peso aumentado que 26,4% da amostra refere, durante este período.

Efetivamente, um dos estilos de vida que tem sido identificado como mais comprometido pelo contexto pandémico é a prática de exercício físico que, de acordo com a evidência científica, sofreu um impacto significativo quer no modo, quer na frequência com que é praticado, para a grande maioria da população. A juntar à falta de exercício, o tempo aumentado frente aos ecrãs e o sedentarismo são preocupações, também, a combater.
Incentivar os indivíduos para a prática de um estilo de vida saudável deverá, pois, incluir, como prioridade, a promoção do exercício físico e dos seus múltiplos benefícios para o aumento da longevidade e promoção do bem-estar físico (reforço do sistema imunitário), psicológico (autogestão do stresse e melhoria da qualidade do padrão do sono) e social (prevenção do isolamento).
A COVID-19 faz parte da realidade contemporânea e apesar dos obstáculos que o contexto desta pandemia possa (continuar a) ditar, saber contorná-los será uma tarefa desafiante, mas necessária, para que todos possamos superá-la da melhor forma e com a melhor saúde.

#hajasaude

Saiba mais em:
https://covid19.min-saude.pt/isolamento-2/
https://www.dgs.pt/programa-nacional-para-a-promocao-da-atvidade-fisica/ficheiros-externos-pnpaf/rel_resultados-survey-covid-19-pdf.aspx
https://www.who.int/campaigns/connecting-the-world-to-combat-coronavirus/healthyathome

Artigo realizado por: Carolina Santos, Catarina Perry, Daniel Câmara, Inês Botelho, Inês Melo, Inês Subica, Joana Ferreira, João Teixeira, Maria Amaral, Maria Cabral, Mariana Curvelo e Marta Medeiros, alunos do 2º ano do curso de Licenciatura em Enfermagem, no âmbito da Experiência de Promoção da Literacia para a saúde com recurso a plataformas digitais integrada no Ensino Clínico em Cuidados de Saúde Primários/Hospitalares

Referências Bibliográficas

Balanzá-Martínez, V., Kapczinski, F., de Azevedo Cardoso, T., Atienza-Carbonell, B., Rosa, A. R., Mota, J. C., & De Boni, R. B. (2021). The assessment of lifestyle changes during the COVID-19 pandemic using a multidimensional scale. Revista de psiquiatria y salud mental, 14(1), 16-26. doi: doi:10.1016/j.rpsm.2020.07.003. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.rpsm.2020.07.003

Despacho n.º 6401/2016. Diário da República: Série II, n.º 94/2016 (2016). Acedido a 14 maio 2020. Disponível em https://dre.pt/web/guest/pesquisa/-/search/74443131/details/normal?q=Despacho+n%C2%BA%206401%2F2016

Direção Geral de Saúde (2020). Inquérito sobre alimentação e atividade física em contexto de contenção social. Direção-Geral da Saúde (DGS) e Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Disponível em https://www.dgs.pt/programa-nacional-para-a-promocao-da-atvidade-fisica/ficheiros-externos-pnpaf/rel_resultados-survey-covid-19-pdf.aspx

Joseph-Shehu, E. M., Ncama, B. P., Mooi, N., & Mashamba-Thompson, T. P. (2019). The use of information and communication technologies to promote healthy lifestyle behaviour: a systematic scoping review. BMJ open, 9(10), e029872. doi: 10.1136/bmjopen-2019-029872. Disponível em: https://doi.org/10.1136/bmjopen-2019-029872

Serviço Nacional de Saúde (2020). Programa Nacional para a Promoção da Atividade Física: Atividade Física em situação de isolamento social. Disponível em: https://www.dgs.pt/programa-nacional-para-a-promocao-da-atvidade-fisica/materiais-de-divulgacao/recursos.aspx

Serviço Regional de Estatística dos Açores – Inquérito Nacional de Saúde (2019). Disponível em: https://srea.azores.gov.pt/conteudos/Relatorios/lista_relatorios.aspx?idc=29&idsc=3569&lang_id=1

Tala, Álvaro, Vásquez, Eduardo, & Plaza, Cecilia. (2020). Estilos de vida saludables: una ampliación de la mirada y su potencial en el marco de la pandemia. Revista médica de Chile. 148(8), 1189-1194. Disponível em: https://dx.doi.org/10.4067/S0034-98872020000801189

World Health Organization (2021). #HealthyAtHome. Genebra: World Health Organization. Disponível em: https://www.who.int/campaigns/connecting-the-world-to-combat-coronavirus/healthyathome

 

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BaLanSa – Risinhos em ação!

No Dia Nacional da Luta Contra a Obesidade lançamos uma campanha integrada no projeto BaLanSa – Bares e Lancheiras Saudáveis, cujos resultados intercalares da implementação piloto, que está a decorrer junto dos alunos do 2º ano de escolaridade da ilha de São Miguel mostram uma melhoria da qualidade alimentar dos seus lanches.

Ao longo de 10 semanas, foi possível verificar que a percentagem de crianças que traz no seu lanche alimentos com elevados teores de açúcar, gordura e sal, como por exemplo bolos de pastelaria ou supermercado, bolachas açucaradas e produtos de charcutaria, diminui de 47.6% para 29.1%. Pelo contrário, a percentagem de crianças que inclui no seu lanche alimentos saudáveis aumentou de 32.4% para 53.9%, tendo a percentagem de crianças que inclui fruta aumentado de 7.3% para 18.9%.

Em parceria com a Escola Profissional das Capelas, ao longo da próxima semana, iremos partilhar receitas saudáveis para incluir nos lanches de toda a família, onde predominam os produtos de origem vegetal como a fruta, hortícolas e cereais integrais.

Porque a alimentação saudável não tem de ser monótona nem complicada, desafiámo-lo a partilhar as suas receitas saudáveis com o #asviagensdarisinhos. Assim, mais exemplos de receitas saudáveis e saborosas podem fazer parte da alimentação das nossas crianças e jovens, de forma a potenciar o seu crescimento saudável.

E lembre-se…. o saudável também pode ser delicioso!

Reações Adversas a Medicamentos

A análise do perfil de segurança das vacinas contra a Covid-19 utilizadas nos Açores (Comirnaty da Pfizer-BioNTech e Vaxzevria da AstraZeneca) com medicamentos usados habitualmente pela sociedade e considerados como seguros, permite desmistificar algumas crenças populares relativamente à insegurança no uso de vacinas.

Através da análise dos documentos científicos oficiais (EPAR – European public assessment reports e RCM – Resumo das Características do Medicamento) das vacinas e dos medicamentos em questão, constata-se que mesmo estes medicamentos “básicos” possuem reações adversas, que em alguns casos revelam-se ser de maior gravidade do que as verificadas nas vacinas contra a COVID-19. De realçar que entre as vacinas, o ibuprofeno e o paracetamol também existem diferentes frequências e sistema de órgãos alvo das reações adversas. As náuseas parecem estar presentes nos quatro medicamentos com frequências semelhantes. Verifica-se também que as tromboses associadas à vacina da AstraZeneca (Vaxzevria), têm a mesma frequência do que a insuficiência hepática e renal associadas ao ibuprofeno e as reações cutâneas graves associadas ao paracetamol.

Tiago Costa 

Delegado de Farmacovigilância e Farmacêutico