A análise do perfil de segurança das vacinas contra a Covid-19 utilizadas nos Açores (Comirnaty da Pfizer-BioNTech e Vaxzevria da AstraZeneca) com medicamentos usados habitualmente pela sociedade e considerados como seguros, permite desmistificar algumas crenças populares relativamente à insegurança no uso de vacinas.
Através da análise dos documentos científicos oficiais (EPAR – European public assessment reports e RCM – Resumo das Características do Medicamento) das vacinas e dos medicamentos em questão, constata-se que mesmo estes medicamentos “básicos” possuem reações adversas, que em alguns casos revelam-se ser de maior gravidade do que as verificadas nas vacinas contra a COVID-19. De realçar que entre as vacinas, o ibuprofeno e o paracetamol também existem diferentes frequências e sistema de órgãos alvo das reações adversas. As náuseas parecem estar presentes nos quatro medicamentos com frequências semelhantes. Verifica-se também que as tromboses associadas à vacina da AstraZeneca (Vaxzevria), têm a mesma frequência do que a insuficiência hepática e renal associadas ao ibuprofeno e as reações cutâneas graves associadas ao paracetamol.
Tiago Costa
Delegado de Farmacovigilância e Farmacêutico