As “águas-vivas”, também conhecidas por alforrecas ou medusas (Pelagia noctiluca) e as caravelas (Physalia physalis)[1], são animais marítimos gelatinosos, do grupo dos cnidários que podem, facilmente, ser encontrados, sobretudo no Verão, nos mares dos Açores, junto à costa ou no areal. Estes animais podem ter diferentes tamanhos, formas e cores, apresentando, na maioria dos casos, tentáculos providos de estruturas de defesa chamadas cnidócitos, que podem atingir até 30 metros de comprimento.
Se expostos a ameaças, estes tentáculos expelem substâncias tóxicas urticantes que, em contacto com a pela humana podem produzir irritação na pele, sensação de choque, dor forte e queimadura (calor/ardor), vermelhidão, inchaço e comichão e/ou outras reações graves[2]. Os banhistas devem, portanto, evitar o contacto com estes animais, respeitando a sinalética disponível em bandeiras, visíveis nas áreas balneares vigiadas.
Em caso de contacto acidental com um destes animais, deve estar informado do comportamento correto a adotar, no sentido de minimizar as consequências da lesão[3]:
- Não esfregue ou coce a zona atingida para que as toxinas dos tentáculos se restrinjam a uma área de contacto mínima;
- Lave, abundantemente, a zona afetada com água do mar, para anestesiar o local afetado;
- Aplique vinagre, durante 10-20 minutos para estabilizar os filamentos urticantes (nematocistes);
- Retire os tentáculos da caravela, utilizando, se possível, luvas, uma pinça de plástico e água do mar.
- Lave, novamente, a área afetada com água do mar em abundância;
- Para alívio da dor, aplique gelo local, envolto num pano.
- Em caso de persistência dos sintomas, por mais de 30/40 minutos após o tratamento recomendado, ou agravamento da situação clínica, acompanhado de dificuldade respiratória, recorra à Unidade de Saúde da sua área de residência, ou ao Serviço de Urgência.
[1] Haddad, V.J., Barreiros, J.P. (2007). Animais Marinhos dos Açores Perigosos e Venenosos. Blue Edições. Nova Gráfica Lda. Pesquisado em https://repositorio.uac.pt/bitstream/10400.3/1560/2/Animais%20Marinhos.pdf, acedido a 04 de agosto de 2017
[2] Ward, N. et al (2012). Evidence-based treatment of jellyfish stings in north America and Hawaii. Annals of Emergency Medicine. American College of Emergency Physicians. p. 1-16
[3] Alerta águas-vivas, disponível para consulta em http://servicos.srrn.azores.gov.pt/grastore/DRAM/Aguas_Balneares/Aguas_vivas/cartaz_alerta_aguas_vivas.pdf acedido, acedido a 08 de agosto de 2017