A 21 de abril comemora-se o dia Nacional da Reabilitação Respiratória. A data foi implementada em 2016, por iniciativa da Fundação Portuguesa do Pulmão com o objetivo de sensibilizar as comunidades desde o nível político aos profissionais de saúde, doentes respiratórios, seus familiares e sociedade em geral, para a Reabilitação Respiratória, como intervenção com benefícios comprovados para a saúde nas suas dimensões física, psíquica e social ([1]).
A Reabilitação Respiratória, associada diretamente aos conceitos de reeducação funcional respiratória, ou ainda, de cinesiterapia respiratória, consiste, segundo a DGS (Direção-Geral de Saúde), numa intervenção abrangente e multidisciplinar (de vários profissionais de saúde), que se baseia numa avaliação completa do doente, identificando as necessidades de intervenção para otimização da reeducação funcional respiratória, após a qual, são instituídas terapias individualizadas que incluem treino de exercício, limpeza das vias aéreas, otimização da terapêutica inalatória, educação e alteração do comportamento, de modo a melhorar a condição física e psicológica das pessoas com doença respiratória crónica e a promover a adesão, a longo prazo, de comportamentos promotores de saúde ([2]).
As doenças respiratórias crónicas representam uma alta carga de morbilidade e mortalidade para utentes e sistemas de saúde em todo o mundo. Pessoas portadoras de Doença Respiratória, especialmente se crónica, podem apresentar sintomas incapacitantes como a dispneia (falta de ar), fadiga, ansiedade, depressão e medo, reduzida tolerância ao exercício, baixa capacidade de realizar atividades diárias, correndo maior risco de hospitalização, sedentarismo e isolamento social ([3]).
O objetivo da reabilitação respiratória é reduzir os sintomas incapacitantes da doença, melhorar a capacidade respiratória, aumentando a capacidade de exercício e a qualidade de vida de pessoas portadoras de doença respiratória ([4]–[5]).
A reabilitação respiratória é, de acordo com a Sociedade Portuguesa de Pneumologia, sem dúvida, uma terapêutica extremamente eficaz, em muitos casos, com uma eficiência superior à da terapêutica farmacológica, cujos ganhos para o indivíduo se manifestam na redução da dispneia, prevenção de complicações pulmonares, manutenção da mobilidade torácica, fortalecimento da musculatura respiratória, melhoria da mobilização e expulsão de secreções, redução da dor torácica e melhoria da tolerância ao esforço.
Os ganhos obtidos com a implementação de um Programa de reabilitação respiratória permitem, ainda, reduzir os internamentos hospitalares e o risco de mortalidade após a hospitalização, melhorar a função emocional e a qualidade de vida (3-[6]) em doentes portadores de DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica) e portadores de outras Doenças Respiratórias Crónicas incluindo Doença Pulmonar Intersticial, Hipertensão Pulmonar, Asma, Bronquiectasia, assim como para utentes em situação de pré ou pós-transplante de pulmão ou em situação de convalescença após infeção por SARS-CoV-2 (COVID-19) (3).
Mas a abordagem terapêutica obtida pela reabilitação respiratória só será eficaz se corretamente articulada com alterações do estilo de vida, essenciais para a melhoria do estado de saúde da pessoa, nomeadamente, a cessação tabágica, a prática de uma alimentação saudável e a correta hidratação (4).
O tabaco é um dos fatores que mais contribui para o agravamento da função pulmonar. Deixar de fumar é um passo fundamental para que a sua reabilitação pulmonar seja otimizada. Caso seja fumador e precise de ajuda para deixar de fumar, procure a Consulta de Cessação Tabágica da USISM. Temos profissionais dispostos a ajudá-lo!
Uma alimentação equilibrada, variada e saudável, rica em legumes e fibras favorecerá o seu estado de saúde. Se segue um plano de reabilitação respiratória, é importante que o seu padrão alimentar esteja adequado à atividade planeada para si. É também de extrema importância que se mantenha hidratado. Beba água, regularmente, durante o dia.
([1]) Ordem dos Fisioterapeutas – Reabilitação Respiratória – disponível em https://ordemdosfisioterapeutas.pt/pt/noticias/ordem-dos-fisioterapeutas-reafirma-a-importancia-de-se-aumentar-a-acessibilidade-a-programas-de-reabilitacao-respiratoria-em-portugal/, acedido a 16/04/2025.
([2]) Serviço Nacional de Saúde – Promoção da Saúde e Prevenção da Doença – Programas de Saúde Prioritários – Doenças Respiratórias – disponível em https://www.sns.gov.pt/reforma-faq/promocao-da-saude-e-prevencao-da-doenca-%E2%80%A2-programas-de-saude-prioritarios-%E2%80%A2-doencas-respiratorias-2/, acedido a 16/04/2025.
([3]) Rochester, C. L., Alison, J. A., Carlin, B., Jenkins, A. R., Cox, N. S., Bauldoff, G., … & Holland, A. E. (2023). Pulmonary rehabilitation for adults with chronic respiratory disease: an official American Thoracic Society clinical practice guideline. American journal of respiratory and critical care medicine, 208(4), e7-e26., disponível em Pulmonary Rehabilitation for Adults with Chronic Respiratory Disease: An Official American Thoracic Society Clinical Practice Guideline – PMC, acedido a 16/04/2025.
([4]) Sociedade Portuguesa de Pneumologia – Dia Nacional da Reabilitação Respiratória- disponível em: https://www.sppneumologia.pt/noticias/21-de-abril-dia-nacional-da-reabilitacao-respiratoria-spp-salienta-a-importante-ligacao-entre-saude-desporto-liberdade-e-reabilitacao-respiratoria, acedido a 09/04/2025.
([5]) Carmo, L. D. P. (2021). Benefícios de um programa de reabilitação respiratória: O doente com infeção respiratória e ventilação mecânica. Disponível para consulta em http://repositorio.ipvc.pt/bitstream/20.500.11960/2587/1/Lara_Carmo.pdf, acedido a 16/04/2025
([6]) Serviço Nacional de Saúde (SNS) – Reabilitação respiratória – Disponível para consulta em https://portal-chsj.min-saude.pt/a-nossa-saude/clinicos/uag-de-medicina/medicina-fisica-e-de-reabilitacao/reabilitacao/reabilitacao-respiratoria, acedido a 16/04/2025